Onde quer que se vá, hoje em dia, discute-se sobre a importância da brincadeira para o desenvolvimento infantil. É sabido que, até os 6 anos, o brincar tem valor inestimável no âmbito da educação não formal e afetiva, principalmente no que se refere às interações humanas e ao desenvolvimento da linguagem.

Diversos são os significados para definir o brincar, muitas vezes confundidos com comportamentos inatos, herdados naturalmente e para os quais não é necessária nenhuma intervenção adulta. Alguns dizem que, assim como aparece no bebê, vai embora como crescimento. Outros o concebem como atividades físicas diversas, sempre espontâneas e necessárias ao gasto de energia de crianças aprisionadas em grandes cidades e pequenos apartamentos.

Mais do que a constatação de que brincar é importante, estudos atuais têm demonstrado que, quando os familiares adultos (pais, mães e outras pessoas de contato próximo) brincam com seus bebês, estes brincam por mais tempo do que quando o fazem sozinhos. Por isso, ao serem apresentados, desde o nascimento, a situações como essas, desenvolvem habilidades comunicativas, aprendem a resolver problemas e ficam com outras crianças por mais tempo, interagindo.

Por meio de gestos, sons e uso de objetos variados, as crianças entram, pela primeira vez, em contato com a linguagem humana. A gestualidade usada nesses momentos, assim como as onomatopeias ou os sons que imitam animais, máquinas e movimentos contribuem para que elas compreendam e adentrem, muito cedo, nessa lógica. E como fazer isso?

* Converse com seu filho, oferecendo a linguagem oral como ferramenta de mediação entre as pessoas. Encoraje-o a brincar ao oferecer pequenos objetos para que ele observe, possibilitando focar a atenção e desenvolver a própria curiosidade.

* Ajude a empilhar, sentir, cheirar, amassar, pintar e manusear materiais diversos, estimulando-o a fazer sozinho ou com outras crianças.

* Ofereça objetos domésticos, como panelas, carrinhos, baldes e tecidos, e estimule a criar espaços e a se fantasiar para a imitação e o faz de conta.

* Crie espaços diferentes para se esconder ou se aninhar, como cantos e cabanas.

Com o tempo, a presença da família se fará dispensável e a brincadeira será aprimorada, construindo similaridade com a linguagem teatral. Mães e pais, ao observarem seus filhos brincando, ficarão surpresos e contentes quando os virem se colocar no lugar de outras pessoas, assumindo características com a ajuda de chapéus e fantasias e com falas estereotipadas de maneira diferente da usual para se expressarem, experimentarem ou comunicarem uma ideia ou uma necessidade.

Essa prática pode se constituir em uma atividade rica de significados, além de ajudar na construção das linguagens oral e escrita (que vai acontecer mais para frente). Envolvendo-se na brincadeira dos filhos, desde o início, para gradativamente se afastar dela, é possível sentir prazer em ter oferecido situações nas quais eles vão se tornando criativos, curiosos e colaborativos.